Em maio passado, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro inaugurou um espaço em sua sede voltado exclusivamente aos cultos, que já aconteciam dentro da corporação desde os anos 1990.
O espaço, de acordo com informações do portal Vice, foi construído com mão de obra e contribuições dos próprios soldados e também de moradores da comunidade Tavares Bastos, vizinha à sede do BOPE. O jornal O Dia estimou entre R$ 40 e R$ 50 mil o custo da obra.
Apelidado de “culto dos caveiras“, a cerimônia inaugural do templo contou ainda com a presença da banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro, embora os músicos tenham precisado deixar o local antes do fim da celebração, devido a uma convocação para prestar homenagens a um colega morto em serviço.
O pregador do dia foi o pastor e jornalista Antonio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz, convidado especialmente para inauguração do templo. Em seu sermão, falou sobre o encontro entre Jesus e Nicodemos, líder religioso de alta influência na sociedade à época.
Costa afirmou que Nicodemos saía para encontrar Jesus na calada da noite, pois não gostaria de ser visto com o mestre que era mal visto pelo clero. Segundo o jornalista Yago Gonçalves, o pastor centrou sua mensagem no conceito básico da passagem: o “nascer de novo”.
Com pequenos reparos a serem feitos na escada de acesso ao templo, a inauguração foi parcial, mas contou com a presença de familiares dos soldados e amigos, relatou Gonçalves.
“O comandante da corporação cortou uma pequena fita amarela e todos entraram no espaço com uma enorme alegria. Alguns choraram. Então, todos fecharam os olhos e oraram — talvez um dos poucos momentos em que os Caveiras, diante de desconhecidos, se dão ao luxo de fechar os olhos”, observou o jornalista.
“Estamos muito felizes com essa conquista e por poder mostrar à sociedade que na nossa instituição há pessoas de fé que, além de suas missões militares no dia a dia, buscam levar a palavra de Deus à comunidade, interagindo e ficando cada vez mais próximas a ela”, disse o subtenente André Monteiro, presbítero na nova igreja. “Para nós, missão dada é missão cumprida. Inclusive com relação às coisas de Deus”.
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